Geralmente no final do ano, começo a tecer expectativas para o ano seguinte, a principal preocupação começa a ser os “fazeres” para o Ano ainda a acontecer; é quase que uma fuga do Ano indo embora.
Alias o ano que está acabando, vai embora para onde mesmo?
Esta vontade de projetar o novo, esquecendo ou ultrapassando o antigo e velho Ano que passou, é uma constante em todos os anos que já vi iniciar, observo esta necessidade de quase superação na maioria das pessoas que conheço e observo.
Interessante é que há vários Anos Novos e vários Anos Velhos se sucedendo, dentro dos nossos calendários humanos...
Hoje almoçando uma chinesa disse que o seu Ano somente acontecerá em fevereiro e há mais de 4 mil anos idos...Outras culturas celebram em outras datas o denominado “Ano Novo”.
São “margens de tempo”, contenções de minutos, dias e meses, talvez para dar um sentido, ou melhor, uma noção de seqüência na existência humana, encontrada à deriva, com necessidades de início, meio e fim, se não houvesse estas marcas temporais, delimitando espaços e seqüências na vida cotidiana, o que aconteceria?
Haveríamos de realizar e projetar um pouco mais ou um pouco menos, caso não houvesse esta marca denominada de Fim de Ano e outra denominada de Inicio de Ano?
Se a vida cotidiana não tivesse estes ritos de passagens anuais, onde pensamos em fim e inicio, em término e recomeço, seriamos mais ou menos felizes?
Interessante a sensação que tenho deste Ano não “quer” findar; dei uma “estacionada” nos afazeres; parei algumas coisas que fazia regularmente, visitei a família no Natal, dei presentes e ganhei presentes, enfim fiz o tal “ritual natalino”, até de “amigo oculto” participei, rsrsrs
E cadê a tal sensação de “Final de Ano”?
Ela ainda não chegou, e olha que há novidades no “front”, houve mudanças no tal do chamado “final de ano” até mesmo no lar, um quarto ficou vazio, vamos ter que re-ocupá-lo, minha mãe teve alta de sua internação de dois anos lá em casa, voltou a morar com a filha, neta e bisnetos.
Nas minhas ocupações profissionais as situações se avolumam, cada vez mais enriquecedoras, laboriosas, envolventes e, por que não dizer, sugantes.
Nas minhas ocupações sociais os envolvimentos têm sido múltiplos, revigorantes, bilaterais, prazerosos e com resultados positivos para todos os lados, embora o meu “sócio na vida” me avise sempre que estes continuam não rendendo ($) absolutamente “nadica de nada”...
Geralmente sorrio, esbravejo de vez em guando, mas parece que ele já se acostumou a isto, reclama menos a cada dia, mas evito abusar....rsrsr
Neste momento mantenho tudo parado, estancado, quieto, afinal é um momento de transição entre um Ano que se finda e outro Ano que se inicia, mas cadê esta sensação dentro de MIM?
Amanhã se ela não aparecer, não sei o que vou fazer, pois amanhã acabam os dias de 2008 e iniciam os de 2009; o ano de 2008 ainda não está maduro, ainda não foi colhido, ainda não mereceu ou quis terminar.
Estou pensando em dar – Bem Vindo 2009!
Aviso 2008 ainda não foi embora completamente de mim, mas pode entrar, fique a vontade, apenas peço respeito aos espaços ainda ocupados pelo Ano que insiste em não terminar dentro de mim.
Das duas uma ou eu vou cansar de 2008, ou, ele vai se cansar de não acabar e acabará indo embora, até lá vamos conviver, o passado e o futuro, com pedaços de presente a cada minuto entrando em nossa convivência.
Fiquemos bem...
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
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